terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O primeiro dia da 'nova' linha ferroviária do Tua


População já não tinha qualquer esperança de voltar a ver comboio
A Linha do Tua reabriu ontem o troço de 52 quilómetros entre Mirandela e Tua, quase um ano depois do acidente em que morreram três ferroviários. O primeiro comboio saiu da estação de Mirandela às 10.00 envolto em denso nevoeiro que acompanhou a composição ao longo de todo o percurso.A viagem inaugural estava inicialmente destinada apenas à Comunicação Social, mas as portas acabaram por ser franqueadas à população que quisesse aproveitar a viagem. Cinco pessoas corresponderam ao convite a aproveitaram o primeiro comboio para rumar a Carrazeda de Ansiães.E ao longo do trajecto alguns elementos da população foram confidenciando que já não tinham qualquer esperança de voltar a ver o comboio por aquelas bandas. Para Isilda Domingos, residente em Frechas, "o comboio é o meio de transporte essencial, além de mais barato, passa mesmo à minha porta. Já tinha saudades, e apareceu logo numa manhã de nevoeiro" , comenta.Também Armindo Augusto, passageiro habitual da Linha do Tua, ontem viajou de graça por ter sido o primeiro a fazer a viagem na sua reabertura, depois do acidente de 12 de Fevereiro, e o único a fazer o percurso na sua totalidade. Dos restantes passageiros, todos saíram nas estações anteriores ao troço onde ocorreu o acidente. "Hoje pode ir de graça", transmitiu-lhe o revisor.Para José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, o dia era de felicidade. "Não só para mim", dizia ao DN, "mas também para a população das sete aldeias encravadas no vale do Tua , cuja única hipótese de transporte é o comboio". Para estas pessoas, que vivem em aldeias isoladas, a alternativa de transporte é o táxi. "Sai muito caro, e muitas vezes a população não o utiliza, mesmo para ir ao médico, porque não tem possibilidades económicas", reconhece o autarca. Não é apenas o trasporte dos residentes que o presidente da Câmara de Mirandela vê na Linha do Tua. José Silvano acredita no potencial turístico daquela ferrovia e aponta números: "Já trazia cerca de 12 mil pessoas ano ao vale do Tua, número que poderá vir a aumentar para 20 mil com uma boa divulgação por parte da CP e dos municípios envolventes".A colocar em causa estas aspirações está a construção de uma barragem. No entanto, José Silvano confia que "o Governo vai ter o bom senso de não a construir. Seria mau para as populações e para o desenvolvimento regional, ganhamos mais com a linha do que com a barragem, e há alternativas como por exemplo a construção de mini-hídricas", defende.Quanto à segurança, garante que a Linha do Tua " é totalmente segura, em 120 anos apenas teve um acidente, o de 12 de Fevereiro de 2007". Depois disso a linha foi reabilitada e agora o local do acidente está identificado com barreiras de sustentação. Taludes e redes seguram a ravina de onde desabaram as pedras que fizeram descarrilar ao início da noite de 12 de Fevereiro de 2006 uma carruagem do metro de Mirandela com cinco pessoas a bordo. Três acabaram por falecer.Desde ontem os utentes terão à sua disposição duas ligações em cada sentido de manhã e no final do dia. O percurso entre Mirandela e o Tua demorará duas horas, mais meia hora do que antes do acidente. Esta condição de velocidade reduzida na maior parte da linha, por forma a o maquinista ter condições de detectar eventuais obstáculos e travar atempadamente, foi imposta pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.Ontem o comboio foi conduzido por Fernando Pires que não é maquinista, mas agente de condução. Fez a viagem sem qualquer receio, pois afirma, "há mais acidentes nas estradas que nas vias férreas. Depois de 12 anos a viajar por estes carris não considera a linha mais perigosa do que as outras.

DN/Lusa

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Linha do Tua reabre já na próxima semana

A linha do Tua vai reabrir na sua totalidade já na próxima semana. Esta decisão saiu da reunião, que teve lugar hoje em Lisboa, entre a CP, a administração da empresa Metro de Mirandela e a câmara desta cidade.

A reabertura vai acontecer com duas viagens de manhã e duas à tarde, entre Mirandela e o Tua, a fim de fazer as conexões com os comboios que ligam a região do Douro ao Porto.

Recorde-se que a linha, entre a estação do Tua e a da Brunheda, encontra-se encerrada desde o acidente de 12 de Fevereiro de 2007, envolvendo uma composição da Refer, que, devido ao deslizamento de terras e pedras, mergulhou dezenas de metros até ao rio, provocando a morte a três pessoas.

José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, disse ao PÚBLICO que “esta reabertura vai fazer-se seguindo as indicações do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)”, isto é com a chamada marcha à vista – que significa que o maquinista deve avançar a uma velocidade que o próprio, mediante as condições atmosféricas ou outras, considere as indicadas para observar toda a segurança na circulação.

Esta reabertura acontece num momento de muita incerteza quanto ao futuro deste trecho ferroviário, um dos mais belos do mundo, pois está para breve a decisão do Governo de atribuição, provavelmente à EDP, da construção da barragem da foz do rio Tua, que inundará parte desta linha, inviabilizando assim o seu funcionamento pleno.
Visto em: Jornal O Público

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

CP e Metro de Mirandela decidem hoje se vale a pena reabrir troço acidentado

Os presidentes da CP e do Metro de Mirandela decidem hoje, em Lisboa, se vale a pena reabrir o troço acidentado da linha do Tua, encerrado há quase um ano, e cujas obras de reposição estão concluídas desde Outubro

O último troço, dos cerca de 60 quilómetros de ferrovia que ligam Mirandela ao Tua e à linha do Douro, está encerrado há quase um ano, desde o acidente de 12 de Fevereiro em que morreram três pessoas, devido ao desabamento de pedras sobre a linha.
Os trabalhos de reposição da infra-estrutura estão concluídos desde Outubro, mas o troço mantém-se encerrado entre a Brunheda e o Tua, com o percurso a ser feito por táxis ao serviço da CP.
Os dois responsáveis vão analisar se há condições para retomar a circulação, face às restrições impostas pelo LNEC para que se circule em marcha à vista em metade da linha até ao Tua e devido às consequências da construção da barragem na foz do rio Tua.
José Silvano, presidente do Metro de Mirandela e da autarquia local, já disse que tem dúvidas «se vale a pena reabrir o troço, a uma velocidade reduzida de 10 quilómetros por hora». Outra questão em cima da mesa é a construção da barragem na foz do rio Tua, que, independentemente da cota a que for construída, irá submergir parte da linha-férrea.
José Silvano referiu ter agora «a certeza de que a responsável pelo atraso na reabertura do troço é a barragem» e reiterou que ele próprio defenderá o encerramento se a barragem cortar a ligação à linha do Douro, na foz do Tua, e consequentemente do interior ao litoral.

Lusa/SOL

Pormenor na igreja

Pormenor na fachada da igreja matriz.
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